EUA dobram tarifas sobre aço e alumínio para 50%; Brasil será afetado
Por: Diego Alejandro
Fonte: Folha de S. Paulo
O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, assinou nesta terça-feira
(3) decreto que dobra as tarifas de importação sobre aço e alumínio, elevandoas
de 25% para 50%. A medida entra em vigor à 0h01 (horário de Brasília)
desta quarta-feira (4) e afetará as exportações brasileiras, segundo maior
fornecedor dos metais ao mercado americano.
A medida foi formalizada em uma proclamação presidencial publicada pela
Casa Branca. Segundo o texto, a decisão foi tomada após análises que
indicaram que as tarifas anteriores não foram suficientes para conter a entrada
de produtos estrangeiros a preços baixos, o que compromete a
competitividade das siderúrgicas e metalúrgicas dos EUA.
O governo alega que o aumento das tarifas, já elevado em março para 25%, é
necessário para garantir a saúde dessas empresas e atender às necessidades de
defesa nacional.
A medida vale para todos os países exportadores desses metais para os EUA,
com exceção do Reino Unido, que mantém a tarifa em 25% devido a um
acordo bilateral firmado em maio.
O Brasil, portanto, está sujeito à nova tarifa de 50%, o que pode impactar as
exportações brasileiras, especialmente de aço semiacabado, um dos principais
produtos enviados aos EUA.
Segundo dados dos EUA, no ano passado o Canadá foi o maior fornecedor
de aço, em volume, para os americanos, com 20,9% do total, seguido pelo
Brasil (16%, com 3,88 milhões de toneladas, e o país com maior crescimento
em relação às exportações de 2023) e o México (11,1%).
Quanto a valor, o Brasil ficou só atrás do México: recebeu US$ 2,66 bilhões,
ante US$ 2,79 bilhões dos mexicanos e US$ 5,89 bilhões dos canadenses. Em
janeiro, o Brasil foi o maior exportador do mês em volume (499 mil
toneladas), ultrapassando o Canadá (495 mil toneladas).
Já em março desde ano, último mês com estatística disponível, o Brasil só
perdeu em quantidade para o Canadá (367 mil toneladas contra 364 mil). Em
valor, o aço brasileiro (US$ 225 milhões) ficou atrás do Canadá (US$ 395
milhões) e México (US$ 246 milhões).